Idema e MP comparam análises sobre contaminação do Rio Potengi


Hoje deveriam ser anunciadas as primeiras análises das amostras da água do rio Potengi, de sedimentos de suas margens e de peixes mortos no acidente ambiental ocorrido há duas semanas, causando a mortandade de mais de 40 toneladas de pescado. Porém, o Ministério Público e o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Ambiental (Idema) preferiram juntar as suas duas comissões de técnicos para fornecer os primeiros pareceres de maneira mais apurada. Não há uma nova data para a divulgação das análises.
Embora estes exames ainda não sejam os conclusivos, ou seja, os que apontam diretamente a causa, será possível descartar algumas possibilidades de agentes contaminadores. As análises vêm do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).


A assessoria de imprensa do Idema informou que, com o descarte de possíveis elementos que causaram a contaminação, fica eliminado também o grupo de empresas que se utiliza de determinado elemento, isentando-o de responsabilidade criminal.
A promotoria do Meio Ambiente já tinha, com o devido amparo legal, solicitado à reitoria da UFRN uma comissão autônoma formada por professores da instituição para analisar os mesmos dados.
O Idema anunciou que planejará, juntamente com o Cefet, um novo esquema de fiscalização sistemática para os rios Potengi e Jundiaí. O novo monitoramento deverá começar na próxima segunda-feira.
Memória
Uma enorme quantidade de pescado apareceu morto no rio Potengi no dia 29 de julho e se amontoou em áreas conhecidas como ‘‘areado’’. Estima-se que a quantidade de animais mortos chegue a 40 toneladas. Os pescadores ficaram desesperados em verem a sua fonte de renda ameaçada. O diretor do Idema, qualifica o desastre de ‘‘pontual’’ e que não havia motivos para alarde. A promotoria do Meio Ambiente diz que o caso é grave e pede mais monitoramento e fiscalização.
As primeiras providências do governo do Estado para amparar as famílias dos pescadores foram a utilização de recursos do Codefat e, em caráter emergencial, distribuição de cestas básicas atraves de Secretaria de Assistência Social. Acusadas por pescadores e ambientalistas como culpadas pelo acidente, as imunizadoras dizem estar trabalhando de maneira regular.
Um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público (MP) e a origem do desequilíbrio ambiental começa a ser investigada pelo Idema. O primeiro prazo pelo órgão para divulgar as análises é o dia 03 de agosto.
O trecho iniciado na foz do rio Potengi e se estende até a sede do município de Macaíba foi delimitado como área proibida para a pesca, assim como o rio Jundiaí.
A lista da Sehtas ultrapassou 800 nomes de trabalhadores da pesca beneficiados com a cesta básica. A Secretaria de Agricultura e Pesca (Seap) já anunciou que em menos de trinta dias os pescadores devem receber seguro-desemprego.
Paralelamente às análises do Idema, o Ministério Público solicitou uma comissão autônoma, formada por professores da UFRN para analisar os mesmos dados. Segundo a promotora Gilka da Mata, não há desconfiança da equipe do Idema, mas a medida vai subsidiar as investigações do MP.
O Idema e o MP resolveram se debruçar sobre as análises de maneira conjunta.
Renato Lisboa
Da equipe do Diário de Natal

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