Pesca predatória em Raposa mata milhares de sardinhas

Pescadores de Raposa denunciaram ontem a mortandade de milhares de sardinhas (Sardinella brasiliensis) por conta da pesca predatória no litoral do município. Os peixes mortos ocupam uma faixa de aproximadamente cinco quilômetros nas praias da região, deixando um mau cheiro insuportável em toda a área.
Presidente da Colônia de Pescadores de Raposa, Pierre Oliveira, declarou que a mortandade dos cardumes de sardinhas está sendo causada pela pesca com redes de zangaria. “São pescadores de outros municípios da Ilha de São Luís, que estão armando redes de zangaria nas praias e levam somente os peixes maiores e camarões. As sardinhas são abandonadas na faixa da praia. É muito peixe sendo desperdiçado”, disse Oliveira.
Segundo os pescadores, as redes são postas preferencialmente nas marés altas. “As zangarias são colocadas de 15 em 15, por ocasião das marés altas. Depois que são despescadas, é grande a quantidade de sardinhas deixadas na praia”, disse o pescador Oliveira Bruno.
Os pescadores de Raposa apontam grupos de pescadores de povoados do município de Paço do Lumiar como os principais responsáveis pela mortandade das sardinhas. “Como o Ibama não fiscaliza a pesca de zangaria neste período, os pescadores utilizam essas redes indiscriminadamente, o que causa a morte dos peixes”, afirmou o presidente da colônia de pescadores de Raposa. Uma rede de zangaria chega a ter até 15 metros de comprimento.
Preocupação
Com a mortandade das sardinhas, os pescadores de Raposa estão preocupados com a possível escassez de espécies de peixes maiores. “A sardinha é alimento de peixes maiores, que vêm em busca desses cardumes para se alimentar. Com a matança delas, os peixes vão buscar comida em outras águas”, contou o pescador Manoel Dias.
Segundo o presidente da Colônia de Pescadores, o preço baixo da sardinha no mercado também tem contribuído para que os pescadores a descartem nas praias. “Quando a oferta da sardinha é muito grande, o quilo chega a ser vendido aqui entre R$ 0,20 e R$ 0,60 centavos. Os pescadores não trazem o peixe, porque sabem que não será comercializado”, contou Oliveira.
A direção da Colônia de Pescadores já chegou a propor a órgãos federais, como o Ibama e o Ministério do Trabalho, um período de defeso para a sardinha. A proposta encaminhada previa que isso ocorreria entre os meses de abril e junho. A idéia não foi aceita pelo governo, mesmo havendo o defeso nos estados das regiões Sul e Sudeste do país.
Fonte : O Estado do Matanhão

da praiaIbamamanoel diaso pescadorpraias
Comments (0)
Add Comment
  • murilo moreira

    Ao contrário do presidente da colonia de pescadores da Raposa, em guimarães-Ma, onde as redes de zangarias são a “arma” dos crimes ambientais, vigora o maior silêncio, mesmo depois das denúncias feitas ao IBAMA. São toneladas de sardinha em período de desova que apodrecem nas praias. Quebrando a cadeia alimentar, o peixe maior diminue a cada ano, mas ninguém faz nada.

  • karine santos

    Eu sou estudante do curso técnico de meio ambiente e estou fazendo um trabalho sobre pesca predatória gostaria que me enviasem mais noticias sobre esse assunto.