Transposição do São Francisco é cara e desnecessária, avalia ONG


Brasília – O projeto de transposição do Rio São Francisco é “desnecessário e excessivamente caro”, afirmou o coordenador-geral da organização não-governamental (ONG) mineira Manuelzão, Apolo Lisboa, durante seminário que discute o futuro das águas do rio, em Brasília. Segundo a ONG, que estuda a bacia do Rio das Velhas, a maior do São Francisco, a transposição visa ao favorecimento econômico e político de grupos empresariais.
“A transposição é uma proposta da indústria da seca e é totalmente desnecessária. Trata-se de um projeto caro que engana o povo. É a água da ilusão. A distribuição de água para a população do sertão não pode ser feita de maneira concentrada”, avalia.
Lisboa rebateu ainda a declaração do ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, de que a transposição do São Francisco é irreversível.
“Essa obra não vai começar. Se começar, não vai continuar. Se continuar, não vai terminar. Se terminar, não vai funcionar. Esse projeto é uma nova transamazônica”, declarou, em referência à rodovia criada para integrar o Norte do país com as demais regiões, mas que tem parte de sua extensão em estado precário.
A ONG Manuelzão foi fundada há dez anos por professores de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O nome da organização é uma homenagem ao falecido vaqueiro Manuel Nardi, sertanejo mineiro que teria inspirado a criação dos livros Grande Sertão: Veredas e Corpo de Baile, do escritor Guimarães Rosa. Atualmente, a ONG organiza expedições para avaliar as questões sócio-ambientais que envolvem as áreas dos afluentes mineiros do São Francisco.
Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil

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